Quinhentismo
O Quinhentismo representa a primeira manifestação literária no Brasil que também ficou conhecida como “literatura de informação”.
É um período literário que reúne relatos de viagem com características informativas e descritivas. São textos que descrevem as terras descobertas pelos portugueses no século XVI, desde a fauna, a flora e o povo.
Vale lembrar que o Quinhentismo brasileiro ocorreu paralelo ao Classicismo português e o nome do período refere-se a data de início: 1500.
Quinhentismo no Brasil
Com a chegada dos portugueses em território brasileiro em 1500, as terras encontradas foram relatadas pelos escrivães que acompanhavam os navios.
Assim, a literatura de informação foi produzida pelos viajantes no início do século XVI, no período do Descobrimento do Brasil e das Grandes navegações.
Além disso, os jesuítas, responsáveis por catequizarem os índios, criaram uma nova categoria de textos que fizeram parte do quinhentismo: a “literatura de catequese”.
Os principais cronistas desse período são: Pero Vaz de Caminha, Pero Magalhães Gândavo, Padre manuel da Nóbrega e Padre José de Anchieta.
Características do Quinhentismo
Crônicas de viagens
Textos descritivos e informativos
Conquista material e espiritual
Linguagem simples
Utilização de adjetivos
Autores e obras do Quinhentismo
Muitos viajantes e jesuítas contribuíram com seus relatos para informar aos que estavam do outro lado do Atlântico suas impressões acerca da nova terra encontrada.
Por isso, muitos dos textos que compõem a literatura quinhentista, possuem forte pessoalidade, ou seja, as impressões de cada autor. A obra desse período que mais se destaca é a “Carta de Pero Vaz de Caminha” ao Rei de Portugal.
Pero Vaz de Caminha (1450-1500)
Escrivão-mor da esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral (1468-1520), Pero Vaz de Caminha, escritor e vereador português, registrou suas primeiras impressões acerca das terras brasileiras. Fez isso por meio da “Carta de Achamento do Brasil” datada de 1.º de maio de 1500.
A Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita para o Rei de Portugal, D. Manuel, é considerada o marco inicial da Literatura Brasileira, visto ser o primeiro documento escrito sobre a história do Brasil.
Seu conteúdo aborda os primeiros contatos dos lusitanos com os indígenas brasileiros, bem como as informações e impressões sobre a descoberta das novas terras.
José de Anchieta (1534-1597)
José de Anchieta foi historiador, gramático, poeta, teatrólogo e um padre jesuíta espanhol. No Brasil, ele teve a função de catequizar os índios sendo um defensor desse povo contra os abusos dos colonizadores portugueses.
Dessa maneira, ele aprendeu a língua tupi e desenvolveu a primeira gramática da língua indígena, chamada de “Língua Geral”.
Suas principais obras são “Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil” (1595) e “Poema à virgem”.
A obra do Padre José de Anchieta só foi totalmente publicada no Brasil na segunda metade do século XX.
Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580)
Pero de Magalhães foi gramático, professor, historiador e cronista português. Ficou conhecido pelos relatos que fez sobre a fauna, a flora e a dimensão das terras brasileiras em seu livro “História da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos de Brasil”.
Além dos animais distintos e das plantas exóticas, ele descreve sobre os povos indígenas e a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral. Outra obra que merece destaque é “O Tratado da Terra do Brasil” (1576).
Manuel da Nóbrega (1517-1570)
Padre Manuel da Nóbrega foi um jesuíta português e chefe da primeira missão jesuítica à América: Armada de Tomé de Sousa (1549). Participou da primeira missa realizada no Brasil e da fundação das cidades de Salvador e Rio de Janeiro.
Seu trabalho no Brasil foi de catequizar os índios e suas obras que merecem destaque são:
“Informação da Terra do Brasil” (1549);
“Diálogo sobre a conversão do gentio” (1557);
“Tratado contra a Antropofagia” (1559).
Comentários